Por Visto, Lido e Ouvido
Relações comerciais entre médicos e fabricantes de remédios são proibidas por associações e órgãos da categoria. Mas existem.
Segundo pesquisa do Cremesp (conselho regional de medicina), 93% dos médicos paulistas recebem algum tipo de vantagem da indústria.
Quase metade dos médicos visitados por profissionais que fazem propaganda de remédios receitam o medicamento promovido.
A simples presença do representante da indústria no consultório já deveria ser evitada. Ela contribui para levantar suspeitas sobre a escolha deste ou daquele remédio e deixa dúvidas sobre a confiança que deve marcar a relação com o paciente.
A justificativa mais usada para essas visitas promocionais é a necessidade de divulgar informações científicas para atualizar o profissional. Mas esse argumento é falso.
Não é preciso receber a visita de um representante dos laboratórios para se atualizar. Hoje, com a internet, as novidades da medicina estão ao alcance de todos os que têm acesso a um computador.
Se até pacientes usam a rede mundial para se informar, por que os clínicos não podem fazer o mesmo?
Além do mais, as pesquisas utilizadas pelos departamentos de marketing dos fabricantes são, em geral, favoráveis a seus produtos. Apenas os bons resultados aparecem com destaque.
O médico que se fiar nelas não vai cumprir a obrigação de buscar o melhor tratamento para o paciente.
As regras que condenam esse tipo de comportamento existem. E precisam ser cumpridas.
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